As espondiloartrites fazem parte de um grupo de doenças reumáticas de origem imunológica, que afetam locais diferentes do corpo, como a coluna lombossacra, membros inferiores e/ou superiores, calcanhar e região do tendão de Aquiles, além de ainda poder acometer pele, olhos, o trato geniturinário e gastrointestinal.
As espondiloartrites também são conhecidas como espondiloartropatias ou espondilopatias.
origem das espondiloartrites parece estar relacionada com a interação entre o sistema imunológico e bactérias do trato gastrointestinal, genitourinário e pele.
Ou seja, sua origem pode ser genética, bem como possuir outros fatores envolvidos, sejam ambientais e/ou infecciosos. 

 Início dos sinais
Dor e rigidez, com restrição da mobilidade – especialmente a rigidez matinal prolongada, que excede 30 minutos. 

 diagnóstico deve ser feito pelo médico mediante exames clínicos, e possivelmente radiológicos e ainda laboratoriais.
Em geral, avaliamos as seguintes manifestações clínicas em comum: 

  • Artrite, com preferência ao acometimento das articulações sacroilíacas e da coluna vertebral; 
  • Pesquisa negativa para o fator reumatoide (FR: exame de sangue); 
  • Inflamação nos tendões e ligamentos que se ligam ao osso (entesites); 
  • Marcador genético (HLA-B27); 

Veja a seguir as principais condições que fazem parte desse grupo: 

– Espondilite anquilosante.
– Artrite reativa.
– Artrite psoriática.
– Espondilites indiferenciadas.
– Artrite enteropática (relacionada às doenças inflamatórias intestinais – doença de Crohn e retocolite ulcerativa).
– Espondiloartrites juvenis (EJ).
– Espondiloartrite axial não radiográfica. 

 Além das articulações
As principais manifestações extra-articulares (MEA) são:

– Manifestação ocular,
– Uveíte – em geral, o paciente se queixa de dor, hiperemia,
– Fotofobia e embaçamento visual. 

Manifestação gastrointestinal 
Estimamos que até 60% dos pacientes com Espondilite Anquilosante apresentem envolvimento do intestino. O que é observado através de achados endoscópicos (quadros subclínicos e pouco sintomáticos). Porém, cerca de 8 a 10% das pessoas  podem apresentar diarreia crônica ou intermitente, necessitando de tratamento. 

 Manifestações na Pele
A mais comum é a Psoríase – doença sistêmica inflamatória crônica, não contagiosa, que acomete a pele. Quando a inflamação afeta as articulações, aí então trata-se da Artrite Psoriásica. Dados apontam que entre 30-40% dos portadores de psoríase irão desenvolver a Artrite Psoriásica (AP).  

 O acometimento das unhas é frequente em pacientes (psoríase ungueal). 

 Envolvimento geniturinário 

 Uretrite (leucorréia ou descarga uretral) – inflamação ou infecção na uretra. 

 Tratamentos
O esquema terapêutico das espondiloartrites será determinado pela evolução do quadro de cada paciente, por isso, é de forma individualizada.
Existem várias opções que são satisfatórias para todas elas, apesar de algumas serem mais complexas de tratar. Em geral, são os chamados medicamentos modificadores do curso de doença (MMCD, antigos DMARDs). 
Outros casos envolvem as terapias biológicas.
Por conta das suas variadas formas de manifestação, além do reumatologista, uma equipe com outros especialistas pode ser necessária, tais como: gastroenterologista, dermatologista, oftalmologista, etc.
Pacientes com espondiloartrites devem ter todos esses aspectos explorados, por isso, o acompanhamento próximo dos médicos é fundamental. Não se deve ignorar nenhum tipo de dor ou desconforto. 

 Importante:
Devo ressaltar que exercícios físicos e ainda a fisioterapia são importantes nos pacientes com Espondiloartrites, eles ajudam a reduzir a dor e a rigidez matinal, a fadiga. Contribuem ainda na flexibilidade, no condicionamento físico (capacidade cardiopulmonar), na postura e no bemestar.  

Conte comigo para lhe acompanhar nesse tratamento.
Dra. Tatiana K. Muller
Reumatologista